[#154] A prática de esportes é cada vez mais bem-vinda à rotina das pessoas. Pelo menos, deveria ser. Futebol, vôlei, basquete, corrida, ciclismo, tênis, natação, golfe, surfe. São tantas as possibilidades! Para praticar qualquer esporte, às vezes é necessário ter companhia (um time, uma dupla...), quase sempre é preciso investir algum dinheiro e, sempre, ter tempo e um lugar para praticar é fundamental.
Na Capital do Inferno, temos até quadras de tênis em algumas praças públicas. Meus cachorros costumam fazer buracos que posso usar para jogar golfe. O problema daqui é que os melhores esportes, os mais tradicionais, são ao ar livre. Para quem gosta de ficar num treino artificial como ocorre nas academias, e pode pagar por isso, tudo bem, ótimo. Existe um pedaço da população que só tem como opção as ruas e as quadras públicas.
Num lugar onde a chuva nunca pára e, quando ela resolve dar uma pausa, surge um vento frio, é viável praticar esportes ao ar livre? Jamais. Muito menos com regularidade, como os esportes exigem. Os esportes indoor requerem um investimento financeiro muito mais alto, que podem ir desde comprar um quimono de 90 reais até investir em halteres, bicicleta ergométrica, luvas. Ou se paga por uma academia. Ou se paga por um personal trainer. Ou se apela ao pilates, nos espaços de tratamento ortopédico.
Ou se é rico, ou não se faz merda nenhuma. Vamos todos nos transformar em gordos flácidos, cheios de estrias. Malditos sedentários comedores de bacon, viciados em churrasco. O esporte preferido dos sobreviventes da Capital do Inferno é, sem dúvida, o levantamento de garfo.