Alpargatas

[#112] E o meu motivo de hoje é uma "homenagem" a um elemento gauchesco. As alpargatas mais roots da Capital do Inferno são feitas de tecido e a sola é uma corda enrolada e costurada. Dizem que alpargata não se lava porque dá chulé. Lavando, propositalmente ou não, eu sei que a sola da alpargata, quando molha, enverga e endurece. Fica côncava como uma colher e dura que nem um pau. Dá até para bater com a alpargata numa mesa, numa porta, ou mesmo no chão, para ver o barulho de toc-toc que dá!

Enfim, essa ladainha toda para contar que hoje, 1º de setembro, eu faço aniversário e o dia nasceu ensolarado. Cheguei até a ficar feliz, mas parece que o cara lá de cima não gosta do meu sorriso e sempre dá um jeito de terminar com a minha felicidade. Moral da história: lá pela metade do dia, o céu começou a nublar (vi pessoas carregando guarda-chuvas à toa), e assim que eu enfiei o pé dentro de um ônibus, começou a chover. Eu só voltaria para casa à noite, estava sem guarda-chuva... Ok, até aqui a história não tem novidade nenhuma. É essa a minha rotina, como já escrevi aqui um milhão de vezes. O detalhe de hoje é que eu estava calçando alpargatas!

Tive que caminhar por calçadas úmidas, grama molhada, e graças a deus eu tenho pique para pular sobre poças de água, senão eu estaria fodido. Cheguei em casa e parecia que eu estava de salto alto, de tão dura e envergada que estava a sola do calçado. E eu não consigo acreditar que é um "símbolo de gauchismo". Não tem razão nenhuma usar alpargatas na Capital do Inferno.

De brinde, uma foto deste estranho calçado, para quem não conhece: