Cegueira

[#5] Fui almoçar no restaurante universitário. Clima frio, ar gelado, chuva caindo lá fora, e eu lá dentro diante da comida quente do buffet. Como em qualquer R. U., cada grão de arroz e feijão deveria ser escolhido a dedo, pois em geral eles não são bem cozidos e, portanto, são menos apetitosos. Com esperanças de enxergar melhor a comida que eu pegava com a colher, aproximei a cabeça da panela do buffet. Meus amados óculos, ao invés de melhorarem minha visão, me deixaram cega por alguns minutos: embaçaram com o vapor da comida.

(Antes que algum trouxa me diga que qualquer óculos pode embaçar, eu já adianto que, se a temperatura ambiente não estivesse tão diferente da temperatura do vapor, as gotículas evaporadas não teriam condensado tão rápido. Ou, melhor, teriam se espalhado com mais facilidade pelo recinto, não se concentrando nas lentes dos meus malditos óculos.)

Acabei digerindo um arroz quase cru e peguei uns pedaços de abobrinha que mal consegui comer, pois havia suposto que eram vagens.